Personagens do MS - Rudi Guimarães
Participou dos movimentos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, é conservador e monarquista, escreve sobre as famílias tradicionais de Mato Grosso do Sul e nossa memorável história.
O Fundador Desonrado de Pouso Alto
JUSCELINO GUIMARÃES - FUNDADOR DO POUSO ALTO
Juscelino Ferreira Guimarães (01 de Maio de 1882 - 16 de Abril de 1981) Nasceu em Pouso Alto, província de Goiás, em pleno Império do Brasil numa família de origem aristocrática e muito importante na região, seu pai era Lino Ferreira Guimarães e sua mãe Antônia Soares da Silva, era filho único e herdeiro de vultosa fortuna, porém fora escolhido para ser o Padre da família.
Foi enviado para estudar no Seminário de Uberaba para ter o Sacerdócio cristão, mas não tendo vocação e muito desinteressado nesse destino que seus pais escolheram, fugiu em 1898 do Internato e viveu nos arredores da cidade se intrometendo em muitas confusões, a ponto de efetuar uma fuga fazendo parte da comitiva do Lucas Borges que o trouxe para os confins do Mato Grosso, onde acabou casando com uma moça de importante família, Elvina Ottoni, com quem teve seu primogênito Alberto Ottoni Guimarães, mas seu amor por Elvina duraria pouco, ela faleceu no nascimento do segundo filho que não sobreviveu.
Com o rebanho que ficou, acabou se aproximando por via de Areolino Ottoni de uma importante família, os fundadores de Três Lagoas e Paranaíba, onde conheceu a neta do Coronel Antônio Trajano dos Santos e de dona Maria Lucinda Garcia de Freitas, abastados fazendeiros que criavam muito de seus netos órfãos num amplo casarão na Fazenda Córrego Fundo.
Antônia Ferreira de Mello, neta de Antônio Trajano e Maria Lucinda, perdeu sua mãe Olímpia Pereira dos Santos, muito cedo e herdou dela uma fortuna em animais de cria, tinha 14 anos quando o experiente e já velho para ela, Juscelino a desposou, ambos foram morar com seu pai na Fazenda Barra Mansa, uma ampla propriedade com 23.301 hectares no Ribeirão de mesmo nome, seu pai se chamava Mizael Ferreira de Mello, um homem alto de espesso bigode escuro, primo de sua mãe, se destacava por ser membro de importantes famílias que entraram no século XIX no então Mato Grosso.
Em 1925, com a morte já de seu sogro, Juscelino adquiriu direito de posse de uma vasta área do Alto Sucuriú, conhecida coincidentemente de Pouso Alto, era de uma família de poucos recursos que decidirá vender ao ver a falta de possibilidade de requerê-la. Contratou o advogado Dr. Generoso Siqueira e fez a compra do direito por Rs 2:000$000 que havia uma casa de pau-a-pique datada de 1858.
Entrou no processo de requerimento de 27.663 hectares, nesta vasta terra tinha como moradores João Batista Dias com família, e 200 reses, sua cunhada Leonor Ferreira de Mello com marido Areolino Ottoni, além de Gregório Martinelli e Georgina Pereira dos Santos, tia de sua esposa, com 300 reses no Córrego do Mato.
Cerca de 27.663 hectares foram repartidos entre moradores que pagaram pela respectiva área o valor justo, ao João Batista Dias ficou cerca de 5.000 hectares, ao Areolino e Leonor cerca de 4.000 hectares, a Juscelino e Antônia uma área de 18.663 que compôs a Fazenda de nome Pouso Alto, onde viria nascer e criar seus filhos.
Teve os seguinte filhos com Antonia Ferreira de Mello:
1 - João Ferreira Guimarães - se casou com uma prima de nome Adelaide Teodora dos Santos.
2 - Oswaldo Ferreira Guimarães - se casou com Valdelice Siqueira.
3 - Juscelino Ferreira Guimarães Júnior - se casou com Enedina Martins Chaves.
4 - Pedro Aparecido Ferreira Guimarães - se casou com Sebastiana Pereira do Prado.
5 - Urbano Ferreira Guimarães - se casou com sua prima Maria Narcizo dos Santos.
6 - Oriolando Ferreira Guimarães - se casou com sua prima Alda Teodora dos Santos.
7 - Ordalino Ferreira Guimarães - se casou com Maria do Carmo.
8 - Odete Ferreira Guimarães - se casou com Benitis Ferreira Dutra.
9 - Ivonilde Ferreira Guimarães - se casou com seu primo João Narcizo dos Santos.
10 - Gilson Ferreira Guimarães - se casou com Izaura Martins Aquino.
Em 1936 doou 3.600 hectares de uma área de sua Fazenda Pouso Alto, para fundação de um patrimônio de mesmo nome, sua idéia era povoar a região e fazer prosperar a região onde se localizava sua vasta propriedade, com o tempo veio erguer com próprios recursos uma Escola de tábuas coberta de telhas francesas onde por incentivo começou a alfabetização dos moradores de situação mais precária na região.
Era proprietário de um Cartório de Registro Civil, que funcionou desde a fundação de sua Fazenda, ali registrava nascimentos, casamentos e óbito, era destacado líder na região e junto a outros era como se fossem delegados a cuidar da harmonia e paz na região.
Ele também exercia função política na região, em sua Fazenda funcionava o colégio eleitoral da região, ali se fazia festas e comícios, se girava a vida social na região, muitas alianças políticas entre Juscelino, famílias da região e políticos se firmaram para trazer recursos na pacata região, de nome destacado, funcionou como uma espécie de responsável na manutenção da ordem onde seu prestígio servia de balança entre conflitos e interesse entre famílias da região e a população local que servia as grandes propriedades de gado.
HOMENAGENS E MEMÓRIA
Onde passa a Rodovia que liga o Pouso Alto à Três Lagoas, Paraíso das Águas e Chapadão do Sul, dentro do perímetro do distrito torna-se uma Avenida de nome Juscelino Ferreira Guimarães, além desta homenagem de grande honra, também teve por um tempo o nome da Escola Municipal do distrito o nome de Juscelino Ferreira Guimarães em homenagem ao fundador do distrito e construtor da 1ª Escola do local.
Infelizmente, foi mudado o nome da Escola para o nome da cozinheira da Escola que é sogra do vereador que representa o distrito, com apoio do atual prefeito que desonrou e desmereceu o principal nome histórico do Pouso Alto, infelizmente nada pode ser feito para conter a injustiça feita contra o fundador.
VELHICE E FIM DA VIDA
Juscelino teve uma vida longeva, segundo a tradição da família ele veio falecer com 105 anos, segundo documentação escolar faleceu com quase 99 anos, nunca mais teve contato com sua importante família em Goiás, doou aos seus filhos antes de falecer cerca de 12.063 hectares onde sua descendência montou fazendas e continuou o legado na pecuária.
Faleceu em Três Lagoas na casa de seu filho, o pecuarista Urbano Ferreira Guimarães e ali foi velado, foi sepultado no Cemitério Santo Antônio, onde se localiza acima uma Capela com o nome da família Guimarães.